sexta-feira, 15 de outubro de 2010

O que quer um currículo?


Foto Lucille Kansawa - Comunidade Yuba



entre os muros - cortes para fins didáticos


O filme "Entre os Muros da Escola" ocorre em sua grande maioria dentro de uma sala de aula em uma escola do subúrbio de Paris, mais especificamente nas aulas de literatura francesa. O professor encontra nessa sala, uma diversidade étnica muito grande, que gera atritos entre ambas as partes. De um lado, está o professor François Marin se esforçando muito em fazer com que seus alunos incorporem a literatura francesa. De outro lado, está um grupo de alunos entre treze e quinze anos, composto por negros africanos, asiáticos latino-americanos e franceses, pouco interessados em aprender uma literatura que não tem relação nenhuma com seus países de origem. Num certo momento do filme, alguns alunos questionam ao professor e dizem que aquela linguagem utilizada por ele não é a linguagem que eles buscam aprender. É interessante analisar que essa situação ocorre em nossas salas de aula. Muitas das vezes, levamos um conteúdo para sala e tentamos fazer com que nossos alunos aprendam, antes mesmo de mostrar a importância daquele conteúdo para a vida do nosso aluno. É de fundamental importância, que o professor faça algumas perguntas ao levar um conteúdo para sala de aula, tais como: o porquê e o para que, e não somente o que ensinar. O filme, realmente retrata uma sala de aula, nas múltiplas relações entre aquele ambiente e as pessoas que ali convivem, ou seja, nas relações entre: professor e alunos, alunos e alunos, professor e professores, professor e pais. Percebi que o professor chegou à escola acreditando que conseguiria mudar aqueles alunos, mas seus colegas de trabalho tiram essa esperança e tentam desanimá-lo. Percebi também que em certo momento, a relação professor-aluno ficou mais conturbada ainda. O professor já totalmente estressado com aqueles alunos desordeiros insulta duas garotas às chamando de "vagabundas". A partir desse filme, podemos perceber que talvez a escola esteja muito fechada em si mesma, acreditando que nela só se devem ensinar conteúdos gramaticais, matemáticos, entre outros. É interessante pensarmos que a escola não está fora da sociedade. Assim, é preciso aceitar que as crianças que chegam à escola, trazem consigo problemas, sua própria cultura, trazem realidades diferentes, e a escola precisa lidar com isso. A escola deve dar mecanismos aos alunos, para que eles saibam atuar na sociedade e lidar com seus próprios problemas.

Leidiane Dourado - PIBID UESB - VC

(Re) Leituras do trabalho docente: saberes e fazeres com a linguagem no ensino fundamental

O Projeto PIBID LETRAS – VC define a sua atuação em escolas de ensino fundamental, do município de Vitória da Conquista – BA. Para tanto, selecionou três escolas pertencentes à rede municipal de ensino, localizadas na área urbana. Cada escola constitui-se em um núcleo do projeto, apresentando especificidades que serão diagnosticadas e analisadas, por meio de aplicação de técnicas de investigação e análise de dados de natureza etnográfica.  As ações do Projeto contemplam a formação de licenciandos para o domínio de métodos e técnicas de ensino das práticas de leitura e escrita, a formação para a pesquisa dos licenciandos envolvidos e dos professores-supervisores e a produção de recursos e materiais de ensino, culminando com a realização de oficinas, organização de espaços formativos na escola e a publicação de resultados. O subprojeto da área de Letras desenvolve-se em três fases: fase diagnóstica, envolvendo ações de observação da escola e de aulas dos professores docentes da escola, a fim de se conhecer impactos de aspectos infra-estruturais, pedagógicos, da gestão e da interação professor e aluno no percurso de aprendizagem. A segunda fase constitui-se na aplicação e realização das práticas de ensino de leitura, escrita e análise lingüística, priorizando-se o texto e as tecnologias da mídia, como o cinema e outros gêneros textuais, na abordagem dos conteúdos didáticos com os alunos das escolas selecionadas. A terceira fase envolve avaliação e sistematização de produtos para o ensino e aprendizagem de língua portuguesa, que poderão ser disponibilizados para as instituições de ensino, bem como a produção de textos científicos pela equipe integrante do Projeto. O Projeto conta como recursos humanos: um coordenador, três professores da rede municipal de ensino e 15 licenciandos do curso de Letras. As atividades integram o grupo de Pesquisa Linguagem e Educação, cadastrado institucionalmente na Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia e no Diretório de Pesquisa do CNPq/UESB. O Projeto (Re) Leituras do trabalho docente: saberes e fazeres com a linguagem no ensino fundamental, busca impactar qualitativamente no desempenho e aprendizagem da leitura e escrita de estudantes do ensino fundamental, na formação do futuro profissional de Língua Portuguesa e no fortalecimento da articulação Universidade/Educação Básica.